google.com, pub-0226795176202024, DIRECT, f08c47fec0942fa0 God of War supera as expectativas e faz jus à seus antecessores - Marcos Bossolon

quinta-feira, 14 de junho de 2018

God of War supera as expectativas e faz jus à seus antecessores


Kratos está de volta em um novo jogo de uma das maiores e mais respeitadas franquias de games da história. O novo God Of War lançado esse ano já tinha uma hype enorme, mesmo assim conseguiu impressionar e superar as expectativas não apenas dos fãs da série como daqueles que não acompanham a saga.



Sinopse

Em uma nova trilogia, Kratos inicia uma nova jornada, dessa vez pela mitologia Nórdica ao lado de seu filho Atreus. Juntos eles tentam cumprir o desejo da falecida Faye, mãe de Atreus, e jogar as cinzas de seu corpo no monte mais alto da região. Essa jornada, contudo não será fácil e tanto Kratos como Atreus têm que aprender a conviver entre si e cooperarem para enfrentar os inimigos misteriosos que planejam atrapalhá-los.

Jornada do herói clara e bem trabalhada

Um dos pontos fortes desse novo jogo é a maneira como a clássica Jornada do herói é trabalhada. Vemos claramente os principais pontos da jornada do herói nessa nova aventura de Kratos. O chamado para a aventura quando eles queimam Faye, a recusa quando Kratos vê que Atreus não está pronto e um incentivo quando eles são atacados e têm de partir imediatamente pela própria segurança.

Ao longo do jogo vemos os aliados e inimigos se formando solidamente. Mimir tem um papel importante não apenas na jogabilidade e no desenrolar da história, mas algumas vezes como o sábio conselheiro dos heróis. Creio que de todas as histórias que já li ou vi, God Of war trabalha bem a questão da jornada do herói em sua narrativa e adaptou com sucesso para a plataforma de Games.


Os eventos e conflitos movem a história, deixando-nos presos do começo ao fim. Algo acontece, os protagonista têm que tomar uma decisão que gera uma consequência na qual eles devem tomar outra decisão. Tudo mantendo o foco da viagem: Levar as cinzas da mulher até o topo da montanha mais alta. Algo básico no storytelling que poucos conseguem aplicar tão bem na prática, mas quando aplicam, como é o caso de God of War, é bonito de ver.

Relação Pai e Filho


O que mais chama a atenção nesse novo jogo da franquia é a presença de Atreus, Filho de Kratos. Uma formula de narrativa que lembra muito histórias já consagradas como “The Last of Us”, “Logan” ou “Central do Brasil”. A relação paternal/maternal entre um indivíduo marcado pela vida cruel e outro jovem e inocente conhecendo o mundo pela primeira vez. Um influenciando a vida do outro, transformando, ensinando um com o outro.

Apesar de não inovar nessa fórmula, God of War aplica bem esse cenário. Diferente de outros jogos, Atreus não é inútil e tampouco é um peso chato que temos que ficar salvando (Resident Evil 4 mandou lembranças). Ao contrário, Atreus é extremamente útil e versátil, salvando nossa vida em vários momentos. Em certo ponto, o personagem se torna tão importante na história e jogabilidade que sua ausência realmente prejudica a jornada.


Ao longo da história vamos explorando o relacionamento entre pai e filho e o impacto das atitudes de um no outro. Kratos é frio e duro com Atreus. Vemos, em alguns momentos que ele quer ser um bom pai e demonstrar amor pelo filho, mas logo se afasta. Atreus é inocente e amável. Sua presença na vida de Kratos faz com que este tome atitudes que não tomaria se não estivesse sozinho. Ele balanceia bem a brutalidade do pai e um influencia as atitudes do outro. Se Kratos ensina Atreus a ser impiedoso, lutar e sobreviver, Atreus ensina Kratos a confiar nas pessoas e ajudar os outros.

Além disso o relacionamento entre eles é complicado. Pela frieza de Kratos, eles não são íntimos. Não confiam tanto um no outro. Atreus sente-se intimidado com a presença do pai e Kratos não sabe como se comportar diante de Atreus. Atreus sente-se sozinho sem sua mãe e, ao mesmo tempo não quer que o pai o deixe também. Kratos quer proteger Atreus e ensiná-lo, mas não sabe como fazer isso sem a presença da mãe. Os dois brigam, discutem e acabam tendo que entender os sentimentos um do outro nessa relação complicada que evolui com o tempo.

E nós vemos essa evolução entre o relacionamento deles, bem como vemos as transformações em suas personalidades. Aos poucos eles se conhecem melhor e compreendem mais claramente os sentimentos um do outro. Ou seja, não se trata apenas de uma jornada enfrentando perigos, mas a jornada em si é uma engrenagem para desenvolver a história entre os dois e aproximá-los. Aos poucos vemos eles se tornando verdadeiramente pai e filho.

Adianta fugir do passado?


Apesar de ser um recomeço na franquia, a antiga saga de Kratos não ficou no esquecimento. A história dele na Grécia tem um enorme impacto nos eventos dessa nova aventura e constroem a personalidade atual de Kratos em relação a tudo que o cerca.

Kratos está tentando fugir de seu passado, ocultando sua vida o máximo que pode. Para ele, ser um deus é uma maldição e ele não quer que o filho sinta essa maldição na pele. Em alguns momentos, contudo essa jornada leva Kratos ao limite entre decidir em manter o segredo ou ser sincero com Atreus. Ele está fragilizado por dentro e tocar no assunto é algo que ele quer evitar a todo custo.

A maneira como a história trabalha o passado de Kratos é emocionante, tornando um personagem frio e brutal empático com o público de forma única. Nós sentimos sua dor, entendemos e desejamos que ele aprenda a lidar com ela.

Um recomeço e uma evolução


O novo God Of War não é apenas um recomeço nem apenas uma nova jornada de Kratos, mas também mostra a evolução do jogo e da narrativa. Ele inovou a franquia em diversos aspectos sem perder características importantes de seus antecessores. A presença de Atreus não tornou o jogo diferente e menos brutal, ao menos não de forma crítica, mas contribuiu para uma transformação gradativa na história.

Além disso, o jogo consegue mesclar bem duas mitologias diferentes, inserindo um novo panteão de forma natural e verossímil. Ao invés de jogar na cara a sede de sangue de Kratos para justificar seu conflito com os deuses nórdicos, os roteiristas Richard Gaubert, Matthew Sophos e Cory Barlog introduziram os conflitos através de outros meios. Diferente da primeira trilogia, Kratos não queria destruir todos os deuses, pelo contrário, queria evita-los. Mas os eventos os colocaram um contra o outro por outros motivos.

Além de ser um forte candidato para jogo do ano, God Of War é um recomeço épico, que faz jus a seus antecessores e revoluciona mais uma vez o mundo dos games. God Of War é um jogo exclusivo para Playstation 4, mas caso você não tenha acesso econômico, recomendo assistir gameplays, pois a história vale muito a pena.


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2 comentários:

  1. Esse jogo foi uma obra prima. Apenas um ponto me incomodou, a personalidade do Kratos mudou muito de um jogo para outro. Ao final da saga original o personagem é completamente diferente do homem que vemos no inicio do jogo.

    Obviamente muito tempo se passou e ele evoluiu através de sua convivência com o Atreus e Faye, eu só gostaria que esse desenvolvimento do personagem não ficasse meramente off-screen. Espero que a sequencia nos mostre mais sobre o passado, principalmente sobre o relacionamento do Kratos e da Faye.

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    1. Com certeza. Mesmo que tenha se passado alguns anos, essa diferença na personalidade dele podia ter sido menos brusca... E com o desenvolvimento do personagem ele mudar mais... Seria ótimo se explorassem mais o que aconteceu entre um jogo e outro. Principalmente por que ficam muitas questões não respondidas quanto ao passado e a jornada deles até o inicio da aventura.
      Obrigado pelo comentário, Marlon!

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