google.com, pub-0226795176202024, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Syd Field e a criação de um personagem - Marcos Bossolon

terça-feira, 17 de julho de 2018

Syd Field e a criação de um personagem

O personagem é o fundamento essencial da nossa história ou roteiro. Antes de colocar uma palavra no papel temos que conhecer nosso personagem. Uma das dicas dadas por Syd Field é separar os componentes do personagem entre inferior ou exterior.



Vida Interior


A vida interior do personagem é o que acontece desde seu nascimento até o inicio do filme. Ou seja, a biografia dele. A vida exterior é o que acontece desde o começo do filme até a conclusão da história. É nesse processo que revelamos o personagem. Devemos encontrar maneiras de revelar os conflitos internos do personagem de modo visual. Isso só é possível quando conhecemos nosso personagem.

Devemos começar então com os aspectos interiores do nosso personagem. Para isso devemos fazer a nós mesmos diversas perguntas a respeito dele. Meu personagem é masculino ou feminino? Quantos anos ele tem quando a história começa? Onde ele vive? Onde nasceu? É filho único? Onde estudou? Quem foi seu primeiro amor? O que estudou na faculdade? Qual sua profissão?

São diversas perguntas que você tem que responder para si mesmo antes de começar sua história. A melhor maneira de conhecer seu personagem é perguntar sobre seu personagem. Syd Field diz que “Escrever é a habilidade de perguntar-se e obter respostas. Por isso chamo o desenvolvimento de personagem de pesquisa criativa. Você faz perguntas e obtém respostas” (FIELD, Syd. 1982; p 28).

É bom ter um documento de texto ou uma planilha com as principais informações da biografia do seu personagem. Isso nos auxilia na hora de escrever para não nos perdermos ou contradizermos. Conhecendo o personagem fica mais fácil encontrar conflitos para ele e suas ideologias.

Vida exterior



Definido a vida interior do personagem está na hora de definir a vida exterior que acontece do inicio ao final do filme. A vida exterior reflete a interior e é através dela que o público vê quem é seu personagem.

Os relacionamentos dos personagens é onde mostramos quem eles são. A melhor maneira de revelar nosso personagem no papel, segundo Syd Field é criar nosso personagem em relacionamento com outras pessoas ou coisas. Essa interação acontece de três formas:

1.      Os personagens experimentam conflitos para alcançar seus objetivos. Os conflitos obrigam os personagens a tomar decisões e essas decisões são tomadas com base na sua vida.

2.      Interagindo com outros personagens. Através de conflitos que eles têm com outros personagens podemos ver suas reais intenções. O modo como ele trata a mãe, a esposa ou o chefe, por exemplo. Se ele é educado com estranhos ou rabugento. O que ele diz quando está numa discussão com outro personagem.

3.      Interagindo consigo mesmo. O protagonista pode ter que vencer um medo para superar a dificuldade. Ou deixar de lado algo que ama para cumprir o objetivo. Esses momentos revelam o intimo do personagem.

É importante lembrar que personagem é ação.  Para apresenta seus personagens o mais efetivo é coloca-los em ação. “Seu personagem é o que ele faz” (FIELD, Syd. 1982; p 31). Nunca faça seu personagem dizer “Eu sou corajoso”. Ao invés disso apresente ele em uma situação que exija coragem. Do mesmo modo, nunca o faça dizer “tenho medo do escuro” Coloque-o em uma sala escura e mostre o impacto visível que isso traz nele. As interações com as pessoas, coisas e ambiente vão revelar seu personagem para o público.

Personagens multidimensionais



Seu personagem não precisa necessariamente um humano. A Apple lançou um tempo atrás um curta para divulgar o potencial de seu novo i-phone onde o protagonista é um triciclo que caiu do carro de uma família em uma viagem de férias. Wall-e é um robô. O que faz desses personagens empáticos não é sua aparência com nós humanos, mas sima sua humanidade. Os personagens, humanos ou não, devem ser multidimensionais para nos prenderem. 






Para que seu personagem pareça mais real, classifique a vida atual dele em três componentes: Profissional, pessoal e privado. Esses três componentes também ajudam a definir suas interações e relacionamentos.

Profissional: O que seu personagem faz para viver? Onde trabalha? O que ele faz lá? Seu salário é bom ou ruim? Qual seu relacionamento com os colegas? Convivem bem? Como ele se dá com o patrão? Novamente questione-se sobre seu personagem no ambiente de trabalho ou na carreira. Um gerente de um banco que fecha negócios milionários e bem sucedido conta uma história diferente do outro que não consegue fechar bons negócios e está infeliz no trabalho. Seus relacionamentos com os outros funcionários é diferente e, naturalmente, seus pontos de vista também são.

Pessoal: Seu personagem é solteiro, viúvo ou casado? Se é casado, com quem está casado? Eles tem um relacionamento feliz? Ele é fiel ou tem um caso com alguém? Se é solteiro, como ele leva sua vida? Está a procura de um amor ou procura outras coisas? Qual sua sexualidade? Ele tem muitos amigos ou é uma pessoa reservada?

Privado: O que seu personagem faz quando está sozinho? Ele pratica exercícios? Tem algum animal de estimação? Tem algum hobby interessante? Tem algum vício? Ou seja: Quem é seu personagem quando ele está sozinho?

Traços físicos


Utilizar de traços físicos também pode ajudar na construção do personagem. House (House M.D.) é manco por causa de uma complicação médica que teve no passado. Mas em sua personalidade ouse também possui deficiências. Ele é um viciado, misantropo e miserável. Sua deficiência salienta suas características emocionais além de incrementar a história. House possui deficiências em seu caráter e sua condição física acentua ainda mais essas deficiências.



A deficiência, segundo Syd Field é uma convenção usada para realçar as características dos personagens. Assim, ações e características físicas servem para revelar a vida interna do personagem. Segundo ele, você deve formar seus personagens “criando biografias para eles e depois revele-os através de suas ações e possíveis traços físicos”

Agora que sabemos isso, é hora de criar um personagem. Ainda abordaremos mais sobre criação de personagens, mas nada nos impede de começarmos a criar sua biografia e traços físicos. Não se esqueça de fazer perguntas e conhecê-lo. Quando conhecer seu personagem, ficará mais fácil definir um objetivo e obstáculos para ele. CONHEÇA SEU PERSONAGEM!




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