Existem muitos filmes sobre a adolescentes na historia da
sétima arte. Alguns tornam-se clássicos Cult, como O clube dos cinco. Mas poucos focam tão
bem na crise existencial da adolescência quanto Lady Bird, escrito e dirigido
por Greta Gerwig. O longa que recebeu cinco indicações ao Oscar desse ano e tem 99% de aprovação no Rotten tomatoes é
fiel e realista ao tratar de uma fase crucial na adolescência: o momento em que
procuramos nossa independência e identidade própria.
Sinopse
No ano de 2002 em Sacramento,Christine McPherson (Saoirse Ronan) ou Lady Bird, como ela
mesmo se denomina, está no ultimo ano do ensino médio e sonha em fazer
faculdade longe de sua cidade natal, Sacramento. A ideia é rejeitada por sua
mãe, Marion (Laurie Metcalf), por não ter condições financeiras para pagar os estudos da filha, gerando muitos desentendimento entre as duas.
Mãe X filha
Um dos principais temas em Lady Bird é o conflito entre mãe
e filha na adolescência. Nós somos apresentados à essa sensível relação nas
primeiras cenas do filme em que uma simples conversa no carro sobre colocar ou
não uma musica para tocar se transforma
em uma briga. É interessante notar como essa cena se desenrola e a intensidade
entre as duas aumenta rapidamente mas, ao mesmo tempo, natural.
Em um momento elas estão emocionadas ao ouvir “The Grapes of
Wrath” e em poucos segundos a briga chega a um nível extraordinário. Primeiro
começando com a diferença de opiniões sobre ouvir ou não musica o resto da
viagem, depois chegando ao nível em que elas discutem se Lady Bird pode ou não
fazer faculdade fora do estado, se ela é capaz, suas atitudes até que a
protagonista simplesmente abre a porta do carro e se joga.
Quase todas as cenas entre essas duas personagens se
desenvolvem da mesma forma. Com variações intensas entre carinho e raiva, ou
vice e versa. Mas não é exatamente assim o relacionamento entre mãe e filha da
maioria das mulheres?
Há uma cobrança por parte de Marion com Christine, cobranças
difíceis de alcançar. Lady Bird sente-se cansada da rigidez da mãe ao mesmo
tempo que deseja sua aprovação. A mãe sente que Lady Bird é ingrata com as coisas que seus pais lhe dão com muito esforço. Lady Bird deseja algo mais para sua vida. Um relacionamento complexo e complicado de mãe
e filha.
O drama da classe média
Além do relacionamento complexo entre mãe e filha, “Lady Bird”
dialoga com as dificuldades da classe média baixa dos Estados Unidos. Acima de
tudo em uma perspectiva de uma garota que sonha com uma vida mais luxuosa e moderna.
Lady Bird não vive entre as famílias mais ricas de Sacramento, mas deseja viver. Sua família não pode pagar uma boa faculdade fora do estado, mal consegue se sustentar.
Vemos essa dificuldade financeira principalmente no cenário de sua casa e na dinâmica de sua família. Eles dividem um único banheiro e a casa é pequena e apertada em alguns cômodos. As finanças sempre vêm à tona durante as discussões e frequentemente vemos sua mãe preocupada com as contas.
Vemos também a hipocrisia dos personagens, característicos da classe média, como veganos que usam roupas de couro. Jovens pseudo-anarquistas. Garotas ricas que falam mal das professoras pelas costas, mas dizem que não gosta de mentiras... Em resumo, jovens sendo jovens...
Lady Bird não vive entre as famílias mais ricas de Sacramento, mas deseja viver. Sua família não pode pagar uma boa faculdade fora do estado, mal consegue se sustentar.
Vemos essa dificuldade financeira principalmente no cenário de sua casa e na dinâmica de sua família. Eles dividem um único banheiro e a casa é pequena e apertada em alguns cômodos. As finanças sempre vêm à tona durante as discussões e frequentemente vemos sua mãe preocupada com as contas.
Vemos também a hipocrisia dos personagens, característicos da classe média, como veganos que usam roupas de couro. Jovens pseudo-anarquistas. Garotas ricas que falam mal das professoras pelas costas, mas dizem que não gosta de mentiras... Em resumo, jovens sendo jovens...
Insatisfação
com o próprio status
Lady Bird deseja a qualidade de vida da alta classe. Ela e
sua melhor amiga, Julie, gostam de caminhar pelo bairro mais chique e apreciar
as belas casas daqueles mais afortunados. Elas lêem revistas e desejam ser como
as mulheres nas capas. O programa favorito de domingo dela e da mãe é visitar
casas chiques que estão à venda.
Como todo adolescente, Lady Bird passa por um momento em sua
vida em que não sabe exatamente o que quer e deseja ser algo que não pode ser
no momento. Ela não está satisfeita com o que tem e quer, de algum modo, se libertar
daquela gaiola chamada Sacramento.
Esse é o ponto do filme: Lady Bird quer independência e ter
sua própria identidade. Assim como os pássaros devem aprender a voar e sair de seus
ninhos em algum momento, Lady Brid quer deixar seu ninho também.
A arte
imitando a vida
Lady Bird é um filme realista e por isso é fácil do público se identificar. A vida dos personagens é semelhante à vida dos espectadores e muito fácil de se identificar, principalmente por aqueles que estão passando ou ja passaram pela fase em que sai do Esnino médio e segue para a faculdade.
Lady Bird estreou nos cinemas nacionais ontem (15) e é um
filme bonitinho e ao mesmo tempo realista. Um ótimo filme que fala sobre
relacionamentos familiares e aquela complicada fase da vida onde saímos do
Ensino médio e temos que decidir o que fazer com nossas vidas. A jornada para se tornar a melhor versão de nós mesmos.
E você? O que achou do filme? Acha que ele pode levar algum
dos prêmios do Oscar desse ano? Comente suas opiniões.
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